“Por um lado aceito que eu, para as pessoas, represento determinadas coisas. Portanto, para estas pessoas, sou uma realidade que não recuso. Por outro lado, em termos de apreciação, creio que nem eu nem aquilo que as cantigas são se pode enquadrar numa bitola tão exigente como aquela que as pessoas me atribuem, nem eu, como cidadão, sou aquilo que me atribuem. Os mitos têm duas realidades. O mito é, normalmente, uma pessoa. E é aquilo que essa mesma pessoa representa na imagem popular. Portanto há duas realidades. Eu, como pessoa, tenho determinado tamanho; para os outros, tenho outro tamanho que não é o meu tamanho real; e, para outros ainda, sou aquele indivíduo cujo mito é preciso destruir”
Zeca Afonso
Entrevista à revista “Vida Mundial” 1972
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